Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Olivença no Labirinto da Saudade...

Mão por demais amiga, fêz-me chegar um interessante evento que vai ocorrer na minha cidade de Lisboa. Hoje, 30 de Novembro, pelas 18:30 horas, na Livraria Ferin, ali na Rua Nova do Almada, vai ser apresentado o livro “Olivença no Labirinto da Saudade”, com pinturas de Serrão de Faria e texto de Marília Abel e Carlos Consiglieri.

A obra será apresentada pelo Presidente do Grupo dos Amigos de Olivença. A mesma já tinha sido apresentada no passado dia 11 de Novembro, no Solar dos Serrões, em Azinhaga, Golegã.

No dia 1 de Dezembro, pelas 16:00 horas, o Grupo dos Amigos de Olivença participará, como habitualmente, nas Comemorações do 1.º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, em Lisboa.

Nota I: a pintura aqui mostrada é da autoria de Serrão de Faria.
Nota II: Aproveito para aqui deixar o "link" para o belo "site" dos Amigos de Olivença : www.olivenca.org

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Alves Redol - aniversário do seu passamento.


Alves Redol, escritor neo-realista, aliás um dos autores mais prestigiados da corrente neo-realista em Portugal, faleceu precisamente nesta data, a 29 de Novembro, corria o ano de 1969.

Por acaso, um ano negro a nível mundial e pessoal (eu, miúdo, estive adoentado…)

A nível mundial, terminava, de forma trágica, a experiência do “ socialismo de rosto humano”, implementada na antiga Tchecoslováquia por Alexander Dubcek. É que as liberdades conquistadas pelo povo tcheco eram inadmissíveis para as velhas lideranças das “Democracias Populares”…é claro que o “nosso” velho Partido Comunista nada disse acerca do povo tcheco esmagado pelos tanques russos…

Recordo-me, nesse ano, apesar de muito miúdo, de Marcello Caetano, de ar grave, na TV (a preto e branco, claro), avisando-nos dos perigos e barbáries do socialismo soviético…enquanto por cá ainda alguns acreditavam que os “amanhãs que cantam” nasciam lá para a Rússia soviética e tentavam derrubar aqui o Estado-Novo… enganos… aliás, a vida em geral, é toda uma “floresta de enganos”…

E vinham estas linhas, vejam lá, a propósito de Alves Redol…pois bem, este nasceu no dia 29 de Dezembro de 1911, em Vila Franca de Xira, em berço humilde.

No ano de 1939 publicou “Gaibéus”, romance que retratou as modestas condições de vida dos trabalhadores do campo da região do Ribatejo, desse Ribatejo tão mítico para mim, o Ribatejo da minha infância, cheio de vida e de colorido e hoje, tragicamente, tão abandonado tão vazio tão decrépito…para onde vais, Portugal?...

Essa obra despertou, digamos assim, o movimento Neo-Realista em Portugal. Concorde-se com ele ou não, é todo um movimento protagonizado por uma geração cheia de ilusões, que já partiu quase toda… resta-nos um Urbano Tavares Rodrigues…curiosamente vejo-o tantas vezes, ali para as Avenidas Novas, a São Sebastião... ainda não arranjei coragem de lhe pedir um autógrafo…tenho quase todos os seus livros…Na verdade, quando namorei a minha mulher, o primeiro livro que lemos em conjunto (na praia…) intitulava-se “Os Insubmissos”, uma edição que conservo, pequenina, com as folhas já muito amarelecidas, livro de bolso que a carteira também era pequena…

Ai estas memórias que correm desabridas…

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Manifestação de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa


Nesta passada segunda-feira, a Igreja celebrou o dia de Nossa Senhora das Graças. Com efeito, numa tarde de sábado, no dia 27 de Novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, na Rue du Bac, em Paris, Santa Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima tinha, sob os seus lindos pés descalços, um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente se encheram de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direcções e, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

Santa Catarina Labouré relatou assim a sua visão: "A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: “Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem”

Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e estas inclinaram-se para a terra. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós".

Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faz cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança."

Então o quadro virou-se, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo da letra M estavam os corações de Jesus e sua Mãe Santíssima. O primeiro cercado por uma coroa de espinhos, e o segundo atravessado por uma espada. Contornando o quadro havia uma coroa de doze estrelas.

A mesma visão repetiu-se várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.

O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de Medalha Milagrosa, ou Medalha de Nossa Senhora das Graças.
A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha".

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Santa Catarina Labouré ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens."

Por fim, uma Cruzada!


Desde os finais do século XI até finais do século XIII organizaram-se, na Europa ocidental, grandes expedições contra o Islão, destinadas a retirar do jugo muçulmano o Santo Sepulcro, ou seja, a cidade de Jerusalém ( bem como Belém e Nazaré). Ou seja, reconquistar os locais onde Jesus Cristo viveu, onde a Igreja nasceu e que eram visitados por peregrinos cristãos.

Note-se que no ano 1009, o califa Haken destruiu a Igreja do Santo Sepulcro, e passou a perseguir os cristãos e peregrinos. Essa atitude foi um golpe terrível na Cristandade ocidental.

Ora, as expedições então efectuadas, denominavam-se “Cruzadas” porque os seus participantes “levavam a Cruz”.

Com efeito, a causa principal daquelas foi de ordem religiosa: os turcos proibiram as peregrinações cristãs ao Santo Sepulcro. Havia que recuperar, para a Cristandade, os lugares santos!

Hoje, a Europa cercada que está por um Islão de novo enlouquecido, vai ser representada por Bento XVI quando este, na sua viagem à Turquia, nos "levar" a todos, no seu coração, para as terras dos infiéis.

Cristãos da Europa, deveremos voltar a ser Cruzados pela sua defesa, neste Séc XXI!

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Dom Duarte e a Democracia


No passado dia 22 de Novembro, teve lugar, aqui em Lisboa, o lançamento do livro “Dom Duarte e a Democracia - uma biografia portuguesa”, do Prof. Dr. Mendo de Castro Henriques, com prefácio de S.A.R., O Duque de Bragança, e posfácio de Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.

O evento ocorreu na "Sala Teatro Gymnasium" do Centro Comercial Espaço Chiado, na Rua da Misericórdia.

O livro foi apresentado por Manuel Alegre, Vice-Presidente da Assembleia da República.

Será que ele se "converteu" à causa monárquica?

A obra será igualmente apresentada no Porto, na próxima quinta-feira, pelo presidente do Banco Millenium BCP, Paulo Teixeira Pinto o qual, como se sabe, é Monárquico.

Ainda bem que vão sendo feitas estas pequenas "provocações" no nosso tecido social, a fim de que aqueles, que porventura se encontram adormecidos, possam despertar para novas realidades e possíveis soluções para a nossa sociedade, que está muito alheada da sua própria história.

O mês mais belo: Dezembro.


Vem aí o mês mais belo do ano: Dezembro!
O mês de todas as promessas, de todos os sonhos, de todas as nostalgias que nos assaltam...

Vem aí o Advento...
A imagem reproduz o quadro de William Adolphe Bouguereau (1825 - 1905), intitulado "La Vierge aux Anges".

domingo, 26 de novembro de 2006

Cristo Rei: verdadeiro Senhor do Tempo e da História.


O último Domingo do Ano Litúrgico, antes de começar o Advento, é dedicado à solenidade de Jesus Cristo, verdadeiro Senhor do Tempo e da História.

Desde o final do século XIX que a Igreja realizou os preparativos necessários para a instituição desta festa.

No Evangelho de hoje, aquando do diálogo travado entre Jesus e Pilatos, este pergunta-Lhe: “Então Tu és rei?” (Jo 18, 37). Jesus indica a Sua dignidade real, a verdadeira: “Tu estás a dizer que Eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade ouve a Minha voz”. (Jo 18, 37).

Como afirmou João Paulo II, na sua homilia de 23 Novembro 1997, proferida na Paróquia Romana da SantíssimaTrindade, “A Liturgia de hoje recorda-nos que a verdade acerca de Cristo Rei constitui o cumprimento das profecias da Antiga Aliança. O profeta Daniel anuncia a vinda do Filho do homem, ao qual foi dado “poder, glória e reino”. (…). Sabemos bem que tudo isto encontrou o seu cumprimento perfeito em Cristo, na sua Páscoa de morte e ressurreição. A Solenidade de Cristo Rei do universo convida-nos a repetir com fé a invocação do Pai Nosso, que o próprio Jesus ensinou: “Venha a nós o Vosso Reino”. Venha a nós o Vosso Reino, ó Senhor! “Reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”.

Num mundo onde prima a cultura de morte, numa sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei alimenta a doce esperança de que os corações humanos se voltem para o Salvador.

Citando ainda (e sempre…) João Paulo II, diremos, com ele: que “Maria, Mãe da Igreja, nos obtenha que Cristo, Rei do universo, seja o Rei de nosso coração, de nossas famílias e de nossas comunidades”.

Amém!
Nota: Quadro de Artur Bual: A Última Ceia.

sábado, 25 de novembro de 2006

A chuva que cai...


Ontem, quando percorria, de manhã, as ruas desta Lisboa que amo, ao volante do “Citroen”, caía a chuva com força, essa chuva que adoro e que perfuma as ruas de nostalgia.

Sou como a folha de Outono que se deixa embalar pelos ventos, pairando no ar, tentando pressentir o norte...

Mas a tua doce presença a meu lado, o teu suave perfume, justificam, sem necessidade de palavras, o nascimento de todas as manhãs e, com elas, de todos os desafios.


Nota: na foto - um Citroën DS (Boca de Sapo).

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Homo homini lupus


Hoje, ao ter de reorganizar o meu "Curriculum Vitae", mergulhei numa época já muito longínqua, mas não menos perturbadora. Lembrei-me de pormenores que até prefiro, não sendo possível esquecer, pelo menos não recordar muitas vezes os seus contornos de pesadelo. Os homens são mesmo maus…ou, numa perspectiva mais profunda, perversos. O perverso, como disse Marie-France Hirigoyen, “prefere matar indirectamente ou, mais exactamente, levar o outro a matar-se a si mesmo”. No fundo, na agressão perversa, não há nenhuma prova. É uma violência “limpa”. Um assassínio psíquico. Uma destruição subterrânea.

Lembrei-me de como me sentia, outrora, numa outra vida, como um marinheiro, no mar alto, revolto, sozinho e sem ninguém para, em conjunto, lutar. Mas esse tempo, graças a Deus, passou. Passou, no entanto (parece-me que foi Salazar que afirmou): perdoo, mas não esqueço.
As violências nunca se esquecem…

Imagem: óleo de Paul Klee - Simbad, o marinheiro (1923).

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Da Santa Infância de Maria: Apresentação de Nossa Senhora.


Ontem, terça-feira, 21 de Novembro, celebrou-se a Festa da Apresentação de Nossa Senhora.

Nossa Senhora, sendo judia, foi levada, com três anos, por seus pais, São Joaquim e Sant'Ana, ao Templo, para ser consagrada a Deus e ali ser educada. Com efeito, Ela foi preparada, desde o início da Criação, para ser a Mãe de Jesus, o primeiro templo em que Este habitaria.

Celebrar a memória da apresentação da Virgem Maria, é comemorar a vida daquela que Deus escolheu como Mãe de seu filho e como Mãe da Igreja.

O sentido mais profundo desta festa leva-nos a considerar a doação que Maria (nome tão lindo!) fêz do seu próprio corpo, consagrando toda a sua pessoa ao Senhor, e fazendo com que através Dela, o próprio Deus se tenha tornado homem e tivesse vindo habitar entre nós. Com efeito, bem exclamou o Anjo Gabriel: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo” ( São Lucas, 1-28). E, na verdade, Ela sempre nos disse, desde as bodas de Caná: “ Fazei o que Ele vos disser!” (São João, 2-5).


Recordo aqui as belas palavras de João Paulo II:

"Se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida.

Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança.

Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, Mãe do Príncipe da Paz."



Nota: a imagem representa Sant´Ana e Nossa Senhora Menina. Madeira policromada, Séc. XVIII.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

A nova guerra do Ultramar.

Afinal, a guerra no Ultramar ainda não terminou.


"Nestas terras os jovens não morrem…" disse o pároco da freguesia de Fonte Arcadinha, aldeia de Aguiar da Beira, distrito da Guarda, Carlos Sousa.

Pois não. Mas continuam a morrer na nossa antiga África Portuguesa, apesar da guerra já ter terminado.

Idalina Gomes, 30 anos, advogada, leiga missionária portuguesa que, estando ao serviço da organização “Leigos para o Desenvolvimento”, assassinada na Diocese moçambicana de Tete, na missão “Fonte Boa”, foi vítima de uma acção de intimidação e desestabilização das instituições católicas, com delegações em África, em particular em Moçambique. Também nesta acção foi morto o padre Waldyr dos Santos, de 69 anos, jesuíta brasileiro.

Há um grande interesse em apagar a influência das missões católicas, não só por parte dos grupos islâmicos, que estão a dominar a África inteira, em particular o “nosso” Moçambique, como por parte do poder político local, avesso a qualquer manifestação religiosa, mas com especial aversão ao catolicismo.

Aliás, não estou sozinho nesta minha convicção. A cúria moçambicana da Companhia de Jesus, que lidera a Missão, considera que o assalto que vitimou Idalina Gomes, bem como um sacerdote brasileiro, insere-se numa acção concertada contra as missões católicas em Moçambique.

Maria Fernanda Neto, mãe de Idalina, exclamou: “Porque é que a minha filha foi fazer o bem e lhe retiraram a vida ?".

Também nos interrogamos: Que homens são estes que quiseram a independência para apenas viverem no caos e na miséria, material e moral?

Quem souber responder, faça favor.

Para a Idalina, a sua peregrinação nesta terra cruel terminou. Já encontrou a sua casa.




Nota: para ampliar a foto (retirada do "Guard'África -Voluntariado Jovem Missionário" - Diocese de Guarda), clicar na mesma.

domingo, 19 de novembro de 2006

Santa Isabel da Hungria e o perfume da Idade Média


Santa Isabel da Hungria. Uma das flores mais delicadas da antiga Cristandade.

Abriu a princesinha os seus olhos num ambiente de luxo e abundância que, paradoxalmente, foi despertando no seu coração sentimentos de piedade pelos mais pobres e desvalidos da sociedade daquele tempo.

Santa Isabel da Hungria, filha de Reis Húngaros, tia da Rainha Santa Isabel de Portugal e sobrinha de Santa Edwiges, nasceu em 1207. Casou-se com o Duque Luís da Turíngia, soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império Romano Alemão.

Partiu, um dia, o seu marido para as Cruzadas, a fim de resgatar o Santo Sepulcro. Morreu este em combate, deixando-a com três filhos pequeninos.

Renunciou a propostas que lhe fizeram para novos matrimónios e decidiu dedicar a sua vida aos mais pobres. Dava de comer todos os dias aos pobres no seu castelo.

Os cunhados, que a odiavam, certamente pela sua bondade e beleza, expulsaram-na do castelo, em pleno inverno, de mãos vazias.

Mais tarde, os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia nas cruzadas, regressaram com o seu corpo. Enfrentaram os Príncipes, irmãos do Duque falecido e estes, arrependidos, pediram perdão a Santa Isabel e devolveram-lhe os seus bens e propriedades.

Mas Isabel já não tinha nada que a ligasse a este mundo e, solenemente, na Igreja dos Frades Menores de Eisenach, renunciou aos seus bens, vestiu o hábito da Terceira Ordem Franciscana, e consagrou-se por completo à caridade.

Nesta passada Sexta- Feira, a Igreja recordou-a como exemplo de bondade, de desprendimento, de amor a Deus e ao seu semelhante.

Nos dias que correm, do alto da suposta superioridade do homem moderno, este olha com desprezo para essa Idade Média, como tendo sido um período de trevas no domínio da cultura, de crueldades várias, de desrespeito à dignidade humana. Puro engano! Uma época histórica que criou uma filosofia como a Escolástica, com um São Tomaz de Aquino, ou um São Boaventura, ou um Santo Alberto Magno; que construiu catedrais e igrejas magníficas como a Notre Dame de Paris, a Sé de Lisboa, castelos como o de Lisboa, ou os Jerónimos; uma época que teve o mais espiritual dos pintores, Fra Angélico; que nas letras teve um Dante Alighieri com a sua Divina Comédia, e Petrarca; que na espiritualidade cristã, produziu um São Francisco de Assis, inspirador de uma Santa Clara e, é claro, da Santa que nos induziu a escrever estas linhas neste Domingo - Santa Isabel da Hungria, foi forçosamente uma época de Luz e de explendor, onde o Homem revelou, para além dos seus piores defeitos, o mais belo e sublime amor a Deus e aos outros homens.

Paradoxalmente, com tanta maquinaria, tanta tecnologia, tanto “saber” acumulado e, afinal, o Homem está hoje muito mais bárbaro, mais cruel. Os exemplos não faltam: o massacre das “Torres Gémeas” em NY; o Médio Oriente sem solução, o Iraque destruído (creio bem que para sempre), a loucura à solta no Irão ou na Coreia do Norte; o desrespeito pelos mais elementares direitos do ser humano na China; toda a África na miséria...a América Latina eternamente com os seus bairros de lata imensos...

Resta-nos esperar que o nosso Deus nos venha salvar, uma vez que o Homem não consegue salvar-se de si próprio!





terça-feira, 14 de novembro de 2006

Do Amor


Neste fim de dia, quando a noite já caiu de mansinho e a vejo pousada na janela do meu gabinete, sei que é tempo de te ir buscar, cansada que deves estar por mais um dia de trabalho. Trabalhamos tanto! E para quê? A vida hoje é uma correria insensata… com destino a quê? A que objectivo? A da produtividade? Deixem-me rir…

Amor,
Por onde passas segue-te também a poesia, a beleza, a bondade, a Luz de Deus. Daí o medo que tenho em te perder. Jovens, não sabemos que a dor espreita, lá ao longe…

Já assisti a demasiadas mortes na minha vida. Estou já muito cansado.

A morte é um monstro, e por mais que digam, ela nos derrota e vence. Vence-me por estas dolorosas lágrimas que, por vezes, caem sem que tu saibas ou vejas…

Na morte dos outros temo a nossa, o fim do nosso amor…um amor que inexplicavelmente não deu fruto mas que teria sido lindo lindo…

Não posso ou não quero escrever mais…

Apenas que te amo. Amo-te, amo-te tanto que desejaria nunca te ter conhecido… com medo da inexorável dor de um de nós…

Para ti, com Amor.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

O sonho...



Praça de Londres: a mais bela da cidade de Lisboa!

A História, a Arte e a Fé dos anos 50.

A concretização de um sonho…
Foto: Benjamim Fonseca e Silva, jovem fotógrafo de Lisboa ( n. 1971).

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Prioridades...


Ontem à noite, no canal 1 da TV, foi emitido o programa “Prós e Contras” no qual se debateu o Orçamento de Estado para 2007. Bem como a Reforma da Administração Pública. No fundo, falou-se, indirectamente, do problema de redesenhar a configuração do Estado e das suas funções.

O Ministro das Finanças Teixeira dos Santos afirmou que dava a vida por esta reforma!

Curioso…sim, eu também dava a vida mas… pela minha mulher, por Jesus Cristo. Isso sim, valeria a pena, teria sentido! Aliás, uma das maiores bênçãos da vida é ser discípulo fiel do Senhor!

“Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la”. (Mt. 16:25).

Prioridades, não é verdade?

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Obrigado, meu Deus! (pequena oração)


Obrigado, meu Deus, pela minha vida!

Pelo meu (humilde) saber. Pela minha bela profissão. Pela santa esposa que me deste.

Pelos meus amigos.

Obrigado também pelas muitas angústias e anos de pesados sofrimentos, que mais não foram que um caminho para o meu aperfeiçoamento interior, fogo purificador da minha Alma, e a estrada para Te encontrar.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Da saudade


O Homem, no seu íntimo, tem saudades de Deus, do Paraíso que, por suas mãos, perdeu.

Acerca deste dia – Dia de Fiéis Defuntos – São Cipriano afirmou que ele é relativo àqueles que “ não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente”.

Todavia, a saudade que nos invade por via daqueles que partiram e com os quais poderíamos reescrever a nossa história pessoal, porventura de um modo mais perfeito, invade-nos inexoravelmente. Somos simplesmente frágeis e humanos, talvez demasiado humanos.

Não fosse uma saudade transcendente aquela que sentimos, e restar-nos-ia apenas a certeza de tudo acabar num total aniquilamento da memória, pessoal e colectiva.

Porém, nós, cristãos, pobres caminhantes em busca da Pátria celeste, acreditamos que no final desta jornada estará Jesus à nossa espera e, no excesso da Sua bondade e misericórdia, de braços abertos dirá: vem, cansado que estás, e repousa finalmente a tua cabeça no Meu peito...

Não sei como conseguem viver aqueles que não têm a graça de acreditar. Na verdade, este mundo, sem Deus, não faz sentido. E, como disse Leonardo Coimbra, “o mundo sem Deus pára”.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

O Dia da Igreja Triunfante.


Hoje comemora-se o dia de Todos os Santos, vale dizer, da Igreja Triunfante.
Vem-me à memória outras "memórias", os serões passados em família, quando era miúdo, a paz da província, a beatitude que ali então se respirava…

Um mundo que desapareceu…

Segundo o saudoso João Paulo II, na Liturgia de hoje dia 1 de Novembro, “a Igreja tem a “alegria de celebrar, numa única festa, os méritos e a glória de todos os Santos" : não apenas daqueles que ela proclamou ao longo dos séculos, mas também dos inúmeros homens e mulheres cuja santidade, escondida neste mundo, é bem conhecida de Deus e resplandece no seu Reino eterno”.

Ainda segundo João Paulo II, “A solenidade do dia de hoje (1 de Novembro) convida-nos a dirigir o olhar para o Céu, meta da nossa peregrinação terrestre. É ali que nos espera a comunidade dos Santos. É ali que nos encontraremos de novo com os nossos queridos defuntos, pelos quais se deverá elevar a oração na grande comemoração litúrgica do dia de amanhã.”
Ora, este dia de amanhã, é o dia 2 de Novembro, este sim, aquele dia mais sofrido, no qual as pessoas vão aos cemitérios visitar os seus mortos. É claro que por uma questão de ordem prática, já no dia 1 fazem o mesmo. Mas apenas no dia 2 é que se celebra o dia de Finados. Hoje, dia 1Nov. é um dia pleno de alegria, pois celebramos os Santos de Deus, todos aqueles que viveram e morreram na amizade de Deus.

Com efeito, desde os primeiros séculos que os cristãos praticam o culto dos Santos, a começar pelos Mártires. Por isso, hoje vivemos esta Tradição, na qual a Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos "heróis" da fé, esperança e caridade.

Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu, com a luz do triunfo e esperança, todos aqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma "constelação".

São João relata-nos: "Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas"(Apoc 7, 9).

Todos estes merecem o nosso amor, pois foram jovens, homens casados, mães de família, empregados, patrões, Sacerdotes, mendigos, militares, Religiosos, que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho.

A vida dos Santos constitui uma proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças, sem contudo perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva pois, segundo a Carta aos Efésios (escrita por São Paulo aos Cristãos de Éfeso, cidade da Ásia Menor) "já não sois estrangeiros, nem imigrantes; mas sois concidadãos dos Santos e membros da casa de Deus” (Ef Capítulo 2,versículo 19).

Foto: Washington Cathedral.