Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

sábado, 30 de maio de 2009

De súbito, esta inquietação...




De súbito, o calor invade a cidade. A inquietação sobe na memória que repousa em tempos idos, longos verões à beira de pinhais e da frescura do rio Tejo.


Um desejo súbito de eternidade sufoca-nos. Poder reviver ad aeternum estas estações que se sucedem e nos dão a ilusão de estarmos mais vivos.

As estações do ano: que beleza da criação!

Lembro-me de um texto de Carlos de Oliveira. Vou à estante buscar os livros dele, já todos amarelecidos pelo tempo: edições do início dos anos 80, estes tão cruéis que me refugiava desesperadamente em alguns autores que poderiam oferecer algum bálsamo e “compreensão”; como aquele. Que esta história de ir buscar consolo a um neo-realista não sei se tem alguma lógica mas enfim…

Em mãos os “Pequenos Burgueses”, edição da Sá da Costa, 1981:


"A noite fechou-se, mas o luar tarda ainda. Mal a última luz de Corgos se perde ao longe, começa a cavalgar com dificuldade na escuridão. Os pinhais estalam: calor empolando a resina todo o dia por baixo das carrascas, que voltam agora ao seu lugar mas protestam.
Julho. O ar morno do estio, o sangue mais veloz, o esplendor dentro e fora das criaturas. Julho, agosto, setembro e talvez uma parte de outubro.(…). A primavera, o verão. Outra vez julho. O retorno contínuo coincide com a terra e as estações, mas não coincide connosco. A terra tem o tempo que quer para rodar em volta do sol e de si mesma, regressar, repetir-se. Nós, não. Andamos apenas para a frente. Vivemos uma vez, uma única vez, as nossas quatro estações e acabou-se. “



Valha-me a minha Fé…


Nota: na foto - Seven Mile Beach, Sorell, Tasmania. Tão longe...

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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os homens não são bons a verbalizar as coisas...



"A nossa relação nem sempre é uma loucura de paixão, mas sabemos que podemos contar um com o outro para tudo, e isso, minha querida, é que é amor. O homem certo não é o que te faz declarações e te dá flores, e te escreve do outro lado do mundo, e que te diz que és perfeita. O homem certo é o que quiser estar mesmo ao teu lado, incondicionalmente. O que gostar de ti sempre, que te acompanhe para o que der e vier."


Margarida Rebelo Pinto, in "Alma de Pássaro".

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ausência de Bach.



A Coreia do Norte realizou "com êxito" um novo ensaio nuclear, desprezando as pressões internacionais que visam fazê-la renunciar ao seu programa bélico.

Hoje de manhã, ao ouvir esta notícia, pensei no triste destino deste povo norte-coreano, que vive em permanente espírito de guerra, dominado por umas falsa doutrina que apenas visa incutir o ódio no coração de todos.

É inconcebível como um povo inteiro pode ser privado de um gesto tão simples e tão transcendente como a audição de uma cantata de Bach.


Ainda há muita escuridão nesta Terra.

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Bénard da Costa e o Tempo.

Todas as viagens têm que acabar e nunca há o tempo que ao tempo pedimos e que do tempo esperamos."

(João Bénard da Costa)




Como sentimos a Verdade desta frase!




Nota: " Sinbad the Sailor" - pintura de Paul Klee.


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Bénard da Costa entrou definitivamente noutro "filme"...


De novo o tema da Vida!

Ainda há poucos dias fui à feira do Livro e, no “stand” da “Assírio & Alvim” aproveitei para comprar os dois volumes do Bénard da Costa, intitulados “Filmes da Minha Vida / Os Meus Filmes da Vida (Os)”. E hei-de de ter para aí o “Muito lá de Casa”… há que procurá-lo no meio deste caos…

Ora, poucos dias passados e ele parte! Então isto faz-se? O Autor deixou-nos, sem pedir licença!

Vamos ficando sem gente pensante em Portugal: estamos sós, ou melhor apenas (mal) acompanhados pelos feirantes da política…

Isto está um deserto! Há pouco tempo também partiu o seu amigo António Alçada Baptista!

Resta-nos o dever de ler o Bénard da Costa, pois assim continuará a viver de algum modo entre nós, ele que foi ter com Deus, no qual acreditava…


Hei-de falar aqui de uma paixão comum: “A Palavra” de Carl Dreyer, um autêntico mergulho no pensamento de Kierkegaard, curiosamente realizado no ano em que nasci:1955. O tema é, para mim, as "consequências" que advirão do facto de acreditarmos plenamente na Palavra de Deus. E Bénard da Costa "explica-nos" como mais ninguém o poderia fazer a densidade e textura desse filme…


Se não fossem os escritores, que seria de nós? Mais desamparados estaríamos…

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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Os nossos dias...




Hoje lembrei-me que a vida pode ser tão cruel, que bastas vezes até temos medo de estar vivos...

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

O "piscar de olho" aos Católicos.


A RELIGIÃO E A POLITICA: texto clarividente do meu amigo Joaquim, do Blog " Que é a Verdade".


Uma bofetada nos políticos (de hoje, claro). A ler , com urgência.

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terça-feira, 19 de maio de 2009

A frase da noite é de Adriano Moreira.

A frase desta noite, no Programa "Prós e Contras" da RTP1, pertence a Adriano Moreira, um dos últimos grandes representantes do Estado Novo e derradeiro exemplo do verdadeiro homem de cultura e político empenhado na causa pública:


"As fronteiras de Portugal são hoje um apontamento administrativo".

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domingo, 17 de maio de 2009

Cristo-Rei, ontem e hoje.


Neste fim-de-semana, a imagem original de Nossa Senhora voltou ao Santuário de Cristo-Rei, passados que são 50 anos.

Ontem, Sábado, estive com Ela na Praça do Comércio, ou melhor, na Avenida Infante Dom Henrique, onde ocorreu uma celebração eucarística e, posteriormente, uma procissão fluvial que levou a Imagem para Almada.


Nesta cidade da Diocese de Setúbal, as celebrações tiveram o seu ponto alto na tarde deste Domingo que está a findar quando escrevo estas notas.

Não fora o Reitor do Santuário de Cristo-Rei, Padre Sezinando Alberto, o qual não teve pejo de invocar as raízes católicas da Nação, e ninguém falaria do homem que teve a ideia da criação deste monumento - o inesquecível e incomparável Cardeal Dom Manuel Gonçalves Cerejeira (a figura mais marcante da Igreja em Portugal no século xx, por via da sua obra de reestruturação eclesial e de reforma das relações da Igreja com o Estado) - erguido em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, devoção que sempre foi defendida pelos Jesuítas e ferozmente perseguida durante a I República.

Com efeito, a ideia da construção deste Santuário surgiu em Setembro de 1934, depois do Cardeal Cerejeira visitar o Monumento erguido a Jesus Cristo no Rio de Janeiro.

Mas, para além da milagrosa ajuda dos Céus, sempre é um facto que tivemos também, à época, políticos que souberam estar à altura das circunstâncias, souberam enfrentar a História e defender Portugal dos horrores da guerra.

Que diferença de homens e de épocas! Há 50 anos o Governo em peso esteve presente, mesmo Oliveira Salazar que até nem concordou com o Monumento… Hoje, apenas um (triste e apagado) representante do Governo ali se encontrou. Ah! E o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ali feito de “corpo presente”, todo o tempo de óculos escuros! Seria para algum “irmão” da maçonaria não o reconhecer? Para a triste figura que fez mais valia não ter ido…


Para salvar a "honra do convento", sobressaiu com uma pose digna o Presidente da República Cavaco Silva, e sua mulher, que assim suavizaram de algum modo a "face" desta República cada vez mais jacobina.

Quanto ao Primeiro-Ministro, preferiu ir correr 10 quilómetros em Lisboa, para divulgar o programa "Novas Oportunidades"... está tudo dito, não é verdade?

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dia de Nossa Senhora de Fátima


Que pena já passar da meia noite e estas notas ficarem registadas apenas nesta quinta-feira... a vida é complicada... todavia, ainda pude ir, neste dia 13 que ora finda, à Igreja de São Nicolau, assistir ao santo sacrifício da Missa, pois que ali a mesma é celebrada às 22 horas...


Durante a Primeira Grande Guerra, o Papa Bento XV exortou os católicos a rezarem a Nossa Senhora pelo fim daquela que seria conhecida como a I Guerra Mundial.


No dia 13 de Maio de 1917 Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria, em Fátima, a três humildes pastorinhos: Lúcia de Jesus dos Santos (dez anos) e aos seus primos, Francisco (nove anos) e Jacinta Marto (sete anos). “Uma mulher muito linda e brilhante apareceu sobre um pé de azinheira”, declararam aqueles.


As aparições sucederam-se ao longo de seis meses, todos os dias 13. O seu único pedido consistia em que rezassem o terço com sinceridade de coração.

Larga mancha de povo começou a peregrinar para ver a Virgem, mas apenas as três crianças eram capazes de a ver e ouvir.

Somente no mês de Outubro, com quase 70 mil pessoas reunidas, Nossa Senhora deu um sinal a todos: puderam ver o sol a dançar… até um jornalista incrédulo de tal facto deu testemunho à época…

Nossa Senhora de Fátima revelou três segredos que chocaram o mundo e criaram uma expectativa por muitos anos. O primeiro foi a projecção do inferno. Os pastorinhos puderam ver a dor e o sofrimento dos que não se salvam sendo arrastados por um rio de fogo.

O segundo segredo revelou o fim da Primeira Guerra Mundial, mas com a advertência de que uma nova guerra teria início se os seus pedidos não fossem ouvidos.
Quando os conflitos da Segunda Guerra Mundial começaram, a população lembrou-se de Fátima…

O terceiro segredo ficou desconhecido até ao ano 2000. Todos pensavam que se trataria de uma grande catástrofe que abalaria o mundo e, como tal, não seria recomendável a respectiva revelação…

Todavia, no dia 13 de Maio de 2000, no Vaticano, foi o mesmo revelado: “a visão de um bispo branco caindo ao chão aparentemente morto, atingido por uma arma de fogo”: esta foi associada ao atentado contra João Paulo II no dia 13 de Maio de 1981, na praça de São Pedro, o qual atribuiu a sua sobrevivência à protecção da Virgem de Fátima…

Em tudo isto acredito, indiferente a que digam que sou básico, ignorante, crédulo. É esta a minha Fé…

Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa também, modelo de santidade:


“Bendita és Tu entre as mulheres"

(Lucas, 1,42).

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Imperativos (Categóricos) esquecidos.



Vem bem a propósito, para os tempos que correm, a citação de Kant, colocada pela Margarida no Criativemo-nos:
"Duas coisas inspiram à mente uma admiração e um temor tanto maiores quanto mais vezes e mais detidamente reflectimos sobre elas: o céu estrelado por cima de nós e a lei moral dentro de nós”.


De facto, os nossos políticos deveriam ter sempre na sua mente o "imperativo categórico" de Kant: os que estão hoje no poder liquidaram de modo abjecto o Império e a Nação; mas não liquidaram o império do relativismo ético, por eles entretanto criado há já 35 anos!

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