Alves Redol - aniversário do seu passamento.
Alves Redol, escritor neo-realista, aliás um dos autores mais prestigiados da corrente neo-realista em Portugal, faleceu precisamente nesta data, a 29 de Novembro, corria o ano de 1969.
Por acaso, um ano negro a nível mundial e pessoal (eu, miúdo, estive adoentado…)
A nível mundial, terminava, de forma trágica, a experiência do “ socialismo de rosto humano”, implementada na antiga Tchecoslováquia por Alexander Dubcek. É que as liberdades conquistadas pelo povo tcheco eram inadmissíveis para as velhas lideranças das “Democracias Populares”…é claro que o “nosso” velho Partido Comunista nada disse acerca do povo tcheco esmagado pelos tanques russos…
Recordo-me, nesse ano, apesar de muito miúdo, de Marcello Caetano, de ar grave, na TV (a preto e branco, claro), avisando-nos dos perigos e barbáries do socialismo soviético…enquanto por cá ainda alguns acreditavam que os “amanhãs que cantam” nasciam lá para a Rússia soviética e tentavam derrubar aqui o Estado-Novo… enganos… aliás, a vida em geral, é toda uma “floresta de enganos”…
E vinham estas linhas, vejam lá, a propósito de Alves Redol…pois bem, este nasceu no dia 29 de Dezembro de 1911, em Vila Franca de Xira, em berço humilde.
No ano de 1939 publicou “Gaibéus”, romance que retratou as modestas condições de vida dos trabalhadores do campo da região do Ribatejo, desse Ribatejo tão mítico para mim, o Ribatejo da minha infância, cheio de vida e de colorido e hoje, tragicamente, tão abandonado tão vazio tão decrépito…para onde vais, Portugal?...
Essa obra despertou, digamos assim, o movimento Neo-Realista em Portugal. Concorde-se com ele ou não, é todo um movimento protagonizado por uma geração cheia de ilusões, que já partiu quase toda… resta-nos um Urbano Tavares Rodrigues…curiosamente vejo-o tantas vezes, ali para as Avenidas Novas, a São Sebastião... ainda não arranjei coragem de lhe pedir um autógrafo…tenho quase todos os seus livros…Na verdade, quando namorei a minha mulher, o primeiro livro que lemos em conjunto (na praia…) intitulava-se “Os Insubmissos”, uma edição que conservo, pequenina, com as folhas já muito amarelecidas, livro de bolso que a carteira também era pequena…
Ai estas memórias que correm desabridas…
2 Comments:
Valha-me DEus. Nunca consigo lembrar-me de todos.
Será que ainda vou a tempo?
é sempre tempo...
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