Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

sábado, 28 de agosto de 2010

Santo Agostinho


A Igreja celebrou hoje a memória de Santo Agostinho.

Dele são estas palavras: “Fizeste o meu coração para Ti, Senhor, e ele anda inquieto até descansar em Ti”.


E, na verdade, assim é. Andamos todos inquietos, ansiosos, trémulos, pois bem sabemos que esta vida terrena não teria valor nem sentido se Tu não existisses…

Se tudo acabasse no pó da terra, para que serviriam os nossos sonhos, Senhor?

Assim, para Ti voltamos a nossa face banhada pelas nossas lágrimas, lágrimas de dor pelas nossas infidelidades, lágrimas de amor pesem embora aquelas... lágrimas de saudades de Ti…


Na Memória que hoje a Igreja de ti faz, peço-te, Santo Agostinho, que me dês um pouco da tua Fé, um tudo nada da tua pureza, um sopro da tua clarividência, uma margem do teu saber, um grão da tua inteligência.

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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Províncias Ultramarinas - O erro de "alguns" africanos...

"Ao expulsarem os portugueses, os africanos cometeram o mesmo erro que nós ao expulsarmos, há 400 anos, os judeus (...). Os grandes países modernos fizeram-se com imigrantes, com misturas de imigrantes e indígenas. Os PALOP precisam deles, não de cooperantes"

Agostinho da Silva, citado por Fernando Dacosta, in "Os Mal-Amados", Casa das Letras, 4ª Edição, 2008, fls. 242.

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Portugal já teve um (grandioso) destino...


"Houve um Portugal do Estado Novo, dentro e fora do País, e esse Portugal foi o último que se assumiu como um destino".


(o insuspeito) Eduardo Lourenço, citado no precioso e imprescindível livro de Fernando Dacosta, "Nascido no Estado Novo", 3ª edição, Dez 2001, Editorial Notícias, a fls. 64
(a Fnac ainda tem 3 ou 4 exemplares...).

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Em nome dos "amanhãs que cantam" arruinou-se uma Nação.


"Há 50 anos, nas vésperas da guerra de África, (…) a independência financeira e política do país eram indiscutíveis, o que permitiria tomar decisões e escolher políticas contra os aliados da NATO; o crédito era de primeira ordem, a moeda sólida e a economia e o bem-estar cresciam - devagar mas cresciam. E cresceram, como nunca antes e depois, na década de 1964-74.

Os quatro pais-fundadores da III República - dois, seus inimigos de estimação e outros dois nados e criados em famílias afectas e bem instaladas no regime - optaram por atacar cega e obsessivamente tudo o que Salazar defendera e por fazer tudo ao contrário do que ele fizera.

Os guias ideológicos do MFA foram, por razões corporativas, excelentes autómatos para assimilar e cumprir os conceitos médios político-estratégicos deste quadrunvirato - os famosos três dês de Abril. Quanto ao primeiro, descolonizar, estavam todos de acordo: era só alinhar a política portuguesa pela comunidade internacional. O segundo, democratizar, foi mais complicado, com dois conceitos de democracia em confronto: uma popular e outra burguesa. O último, o famoso terceiro dê da revolução, era o desenvolvimento, a conquista do bem-estar, descoberto por Thomas Hobbes, um precursor da social-democracia. Era o grande objectivo social e está cada vez mais longe - embora para o alcançar tudo lhe tenha sido sacrificado. "


Trecho do excelente artigo de Jaime Nogueira Pinto, publicado no Jornal"i", a propósito do lançamento da 7ª edição do livro "Salazar - o Outro Retrato".


Com a devida vénia.



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domingo, 8 de agosto de 2010

Da Guerra do Ultramar - "O Último Ano em Luanda".


O mês de Agosto serve, entre outras coisas, para tentar pôr a leitura (inclusive Direito...) em dia: missão impossível...

No verão passado li toda a obra publicada de Tiago Rebelo, à excepção do penúltimo livro dele ("O Último Ano em Luanda"), que estou a acabar, e o último - "O Homem que sonhava ser Hitler" - e que vai seguir-se...


Ler Tiago Rebelo é como abrir um jornal diário e sofrer a fundo com as notícias que ali estão perante os nossos olhos - experimentem mergulhar no seu "O Tempo dos Amores Perfeitos" e este "O Último Ano..." e verão...

Deste "O Último Ano em Luanda" tenho o livro todo rabiscado, sublinhado, enfim... e sofro e revolto-me com os traidores do MFA, e poltrões como Mário Soares e Almeida Santos, que venderam o nosso Império, a nossa Nação pluricontinental aos soviéticos, aos cubanos...


Respigo, com a devida vénia, o seguinte trecho, o qual reflecte a realidade histórica que tem sido sonegada ao povo português, o qual, de resto, tem andado a dormir nos últimos trinta e seis anos...


“O tenente Macário tornou a sentar-se à frente de Nuno e continuou a conversar enquanto se ouvia o som surdo do vácuo, das granadas a serem cuspidas dos tubos dos morteiros - tum.,_ tum... tum…seguido das explosões ao longe.

- Há quatro anos que aturo esta merda - disse o militar, deixando escapar um suspiro ruidoso. - Houve alturas em que mal conseguíamos respirar. Era um arraial de porrada todos os dias. Os turras não nos davam um minuto de descanso. Isto? - Esticou o dedo a apontar para onde caíam os morteiros. - Esta merda? Isto não é nada - varreu o ar com um gesto de desprezo. - Você havia de estar cá quando os cabrões nos atacavam, aqui há quatro anos. Isso é que era a sério. Eles atacavam-nos, nós íamos atrás deles, dávamos cabo dos gajos e, no dia seguinte, já estavam de volta a bater-nos à porta. Era uma loucura. Por mais que os enchêssemos de chumbo, os gajos não aprendiam, voltavam sempre, uma vez, outra vez, e outra, e outra, e outra... - Abanou a cabeça, como se ainda lhe custasse a crer. - Incrível! Estes pretos parecem os chinocas do Vietname. O que me lixa é que tivemos treze anos desta merda, treze anos a darmos o couro por esta terra, a passarmos as passas do Algarve, a morrermos ou a ficarmos estropiados. Porra! Você não imagina a quantidade de gajos que eu vi saírem daqui completamente passados dos cornos, não diziam coisa com coisa. E para quê? Diga-me. Porque carga de água é que andámos treze anos a lutar? A resposta é simples: porque já cá estamos há cinco séculos. Que diabo, cinco séculos não são cinco dias!
Nuno abanou a cabeça, concordante, cinco séculos não eram cinco dias, de todo. Ao lado, ouviam-se os morteiros a disparar, tum... tum... tum.., e, ao fundo, as explosões. O tenente prosseguiu na sua diatribe, sem se interessar pelo desenrolar do combate.
- O que eu quero dizer é que, se nós estamos em África há quinhentos anos, como é que os pretos nos vêm dizer que isto é tudo deles? E alguns deles só falam francês, os cabrões da FNLA só sabem falar francês! Estamos a brincar? Nós - bateu com a palma da mão no peito - também temos pretos. Olhe, aqui - apontou para o lado. - Temos pretos a dar com um pau, a lutarem ao nosso lado. E eu não trocava um deles por dez desses merdosos do MFA que fizeram a revolução e que querem entregar Angola ao inimigo. Então estivemos nós anos, séculos!, a conquistar esta terra, a construir cidades, a tirar os selvagens da ignorância, e, de repente, vêm-nos dizer que somos uns sacanas de uns exploradores e que temos de largar esta merda toda e voltar para casa?. Agora que tínhamos a guerra ganha, entregamos o ouro ao bandido e vamos à vida?! Puta que os pariu a todos.
- De acordo disse Nuno, só porque achou que devia dizer qualquer coisa. - O que os portugueses fizeram por este país foi...
- A revolução, a democracia, está tudo muito bem - continuou o tenente, embalado na dissertação, ignorando-o.
Eu também concordo com a democracia, mas não é a democracia dos comunas, que querem oferecer Angola aos cabrões dos russos - disse. E a morteirada continuava numa cadência regular, tum... tum.., tum... - Ou você pensa que isto vai ser para os pretos? O tanas, é que vai. Uma terra a nadar em petróleo, rica em diamantes?! Não - abanou um indicador assertivo. - Nem pensar! Vai ser só troca por troca. Saem uns colonialistas, entram os outros. Somos nós a sair e os russos a entrar. -

Pôs-se de pé, agarrou as calças pela cintura, puxou-as para cima, a compor a farda. - Puta que os pariu - rosnou. Voltou-se para a direita, gritou: - Sargento! Já chega dessa merda!
Os morteiros cessaram e o silêncio impôs-se.”


(são nossas as letras a bold)

Tiago Rebelo, "O Último Ano em Luanda", Editorial Presença, fls. 177-178.



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domingo, 1 de agosto de 2010

A Vida é a arte do desencontro.




"Havia um óbvio conflito de interesses entre os dois sexos, uma visão inconciliável. Eles desejavam-nas, a todas, por uma noite; elas desejavam-nos, só um e só se fosse para a vida inteira."


Bem... esta afirmação não é da... Margarida Rebelo Pinto! É do Tiago Rebelo ("és o meu Segredo", Editorial Presença, fls.118).


Parece que afinal a vida é a arte do desencontro...

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