Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

segunda-feira, 19 de março de 2007

O filho pródigo ou o Amor Eterno de Jesus.


Hoje, o Evangelho de São Lucas (15, 1-3.11-32) fala-nos sobre um jovem que sentia como um jugo pesado a ordem que reinava na casa de seu pai. Queria ser livre… e pediu a parte da herança que, em devido tempo, lhe caberia. E partiu…

Santo Agostinho abordou o tema desta parábola na perspectiva do Amor e da Misericórdia que Deus tem para com a nossa fraqueza humana.

Também hoje o Frei Álvaro, na Igreja de Santo António à Sé, na Missa das 19H, proferiu uma memorável homilia sobre este tema do Amor de Deus, oferecendo uma visão talvez não muito frequente do Céu: este visto como lugar de Misericórdia e não como Tribunal e lugar de juízo.

Muitos de nós somos ou fomos como o filho pródigo: afastámo-nos do Pai, por preconceito ideológico ou filosófico, por abandono, por esquecimento, buscando os meros prazeres mundanos. E, em consequência, surge a miséria, o fracasso, a solidão. O prazer dá lugar ao sofrimento. É a nossa condição quando longe de Deus.

Mas quando “caímos em nós” (São Lucas, 15-17), reconhecemos o nosso pecado: aquilo que parecia ser bom ou “não ter importância” afinal reconhece-se como pecado: resta-nos levantarmo-nos e irmos ter com o nosso Pai (L. 15-18). É o caminho da conversão que nos leva a Ele, que tem os Seus braços abertos para nos receber.

Esta parábola do filho pródigo lembra-me sempre que, por vezes, não compreendemos que os nossos pais (apesar de todas as suas possíveis falhas e defeitos) nos amam. E que o Pai do Céu, esse Puro e Perfeito, nos ama, aguardando, pacientemente, o nosso regresso…

Felizes daqueles que, em tempo útil, tal compreendem! É como o belo Salmo (34) deste dia de Domingo, que nos interpela (e que recitei com tanto amor hoje na Igreja! Ele era-me dirigido! Uma súbita vertigem tomou, naquele breve instante, conta de mim…):

"(...) Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias".