O filho pródigo ou o Amor Eterno de Jesus.
Hoje, o Evangelho de São Lucas (15, 1-3.11-32) fala-nos sobre um jovem que sentia como um jugo pesado a ordem que reinava na casa de seu pai. Queria ser livre… e pediu a parte da herança que, em devido tempo, lhe caberia. E partiu…
Santo Agostinho abordou o tema desta parábola na perspectiva do Amor e da Misericórdia que Deus tem para com a nossa fraqueza humana.
Também hoje o Frei Álvaro, na Igreja de Santo António à Sé, na Missa das 19H, proferiu uma memorável homilia sobre este tema do Amor de Deus, oferecendo uma visão talvez não muito frequente do Céu: este visto como lugar de Misericórdia e não como Tribunal e lugar de juízo.
Muitos de nós somos ou fomos como o filho pródigo: afastámo-nos do Pai, por preconceito ideológico ou filosófico, por abandono, por esquecimento, buscando os meros prazeres mundanos. E, em consequência, surge a miséria, o fracasso, a solidão. O prazer dá lugar ao sofrimento. É a nossa condição quando longe de Deus.
Mas quando “caímos em nós” (São Lucas, 15-17), reconhecemos o nosso pecado: aquilo que parecia ser bom ou “não ter importância” afinal reconhece-se como pecado: resta-nos levantarmo-nos e irmos ter com o nosso Pai (L. 15-18). É o caminho da conversão que nos leva a Ele, que tem os Seus braços abertos para nos receber.
Esta parábola do filho pródigo lembra-me sempre que, por vezes, não compreendemos que os nossos pais (apesar de todas as suas possíveis falhas e defeitos) nos amam. E que o Pai do Céu, esse Puro e Perfeito, nos ama, aguardando, pacientemente, o nosso regresso…
Felizes daqueles que, em tempo útil, tal compreendem! É como o belo Salmo (34) deste dia de Domingo, que nos interpela (e que recitei com tanto amor hoje na Igreja! Ele era-me dirigido! Uma súbita vertigem tomou, naquele breve instante, conta de mim…):
"(...) Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias".
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