O Céu na Terra... II
A coreógrafa alemã, Sasha Waltz, encenou a conhecida ópera “Dido e Eneias” de Henry Purcell, a qual fui ver, ontem à noite, no Centro Cultural de Belém, aqui em Lisboa.
Caímos num deslumbramento: subitamente, entra o coro, o “Vocalconsort Berlin”, com todos os seus elementos descalços, mesmo ali junto a nós, na plateia... mais tarde se desvendaria o mistério: eles e elas também entrariam no bailado… tratava-se da Companhia “Sasha Waltz & Guests”.
Foi intensa não só a beleza da música de Purcel, interpretada pela “Akademie für Alte Musik Berlin”, o comovente coro, como também a quase sempre presente poesia do bailado. Através deste, as bailarinas preenchem o tempo da música com o tempo dos seus belos gestos: o seu corpo, de tão etéreo, é quase imaterial… os seus lindos e delicados pés, descalços, desenham mistérios de poesia no ar, enquanto o corpo desliza perante nós… com efeito, a leveza dos seus movimentos, os vestidos leves e esvoaçantes, (como os dos antigos gregos), os cabelos soltos, transportam-nos ao mundo do puro, do celeste, do sublime.
As bailarinas são a síntese possível entre a pureza e a sensualidade, esta despojada de elementos estranhos e negativos…
Hoje, elas são as herdeiras de Isadora Duncan, pela liberdade de expressão que desenvolvem, e como pessoas que se comunicam através da dança.
Através da coreografia, somos introduzidos na história de "Dido e Eneias", inspirada na "Eneida" de Virgílio: Dido, Rainha de Cartago, acolhe um grupo de náufragos troianos. Entre eles estava Eneias, por quem se apaixona.
Quando este decide permanecer em Cartago, Júpiter envia Mercúrio, seu mensageiro, para que lhe ordene que parta e cumpra a missão para a qual estava destinado: fundar Roma. Dido não resistiu à separação, acabando por se matar.
Neste "Dido e Eneias", aquela coreógrafa fundiu diversas “linguagens”: música, ópera, dança, numa miscelânea deveras feliz. Com efeito, a coreografia de Sasha Waltz dá-nos a ternura mas também o dramatismo e inquietação de toda a história.
É de poesia que precisamos neste mundo… para nos "esquecermos", nem que seja por breves momentos, que o Homem, capaz de criar coisas tão belas (ele próprio é tão belo - se foi Deus que o fêz!) é, dramaticamente, também capaz de criar a morte e a destruição...
Caímos num deslumbramento: subitamente, entra o coro, o “Vocalconsort Berlin”, com todos os seus elementos descalços, mesmo ali junto a nós, na plateia... mais tarde se desvendaria o mistério: eles e elas também entrariam no bailado… tratava-se da Companhia “Sasha Waltz & Guests”.
Foi intensa não só a beleza da música de Purcel, interpretada pela “Akademie für Alte Musik Berlin”, o comovente coro, como também a quase sempre presente poesia do bailado. Através deste, as bailarinas preenchem o tempo da música com o tempo dos seus belos gestos: o seu corpo, de tão etéreo, é quase imaterial… os seus lindos e delicados pés, descalços, desenham mistérios de poesia no ar, enquanto o corpo desliza perante nós… com efeito, a leveza dos seus movimentos, os vestidos leves e esvoaçantes, (como os dos antigos gregos), os cabelos soltos, transportam-nos ao mundo do puro, do celeste, do sublime.
As bailarinas são a síntese possível entre a pureza e a sensualidade, esta despojada de elementos estranhos e negativos…
Hoje, elas são as herdeiras de Isadora Duncan, pela liberdade de expressão que desenvolvem, e como pessoas que se comunicam através da dança.
Através da coreografia, somos introduzidos na história de "Dido e Eneias", inspirada na "Eneida" de Virgílio: Dido, Rainha de Cartago, acolhe um grupo de náufragos troianos. Entre eles estava Eneias, por quem se apaixona.
Quando este decide permanecer em Cartago, Júpiter envia Mercúrio, seu mensageiro, para que lhe ordene que parta e cumpra a missão para a qual estava destinado: fundar Roma. Dido não resistiu à separação, acabando por se matar.
Neste "Dido e Eneias", aquela coreógrafa fundiu diversas “linguagens”: música, ópera, dança, numa miscelânea deveras feliz. Com efeito, a coreografia de Sasha Waltz dá-nos a ternura mas também o dramatismo e inquietação de toda a história.
É de poesia que precisamos neste mundo… para nos "esquecermos", nem que seja por breves momentos, que o Homem, capaz de criar coisas tão belas (ele próprio é tão belo - se foi Deus que o fêz!) é, dramaticamente, também capaz de criar a morte e a destruição...
NotaI: foto retirada (com a devida vénia) do "site" da Companhia "sasha waltz & guests"- http://www.sashawaltz.de
NotaII: clicar na foto para ampliar.
4 Comments:
Meu caro Delfim e Ana L., desculpem que venha aqui deixar, a este postal que agradeço pelo ecos que me trouxe do seu (vosso)sentir num momento de beleza, um momento mesquinho e (e nada cristão): um momento de inveja! como é "momento" é passageiro...e não obsta a que tenha ficado contente por vós!
venham mais destes (posts):)
Pois fêz muito bem em vir aqui, Kami!
Sabe, sou um "viciado" na música e no bailado! Já viu o que é estar na primeira fila e os cantores ali mesmo juntinho a nós?!!! Que loucura!
Costumo ir muitas vezes (poucas para o meu gosto) ao CCB. É de "cair para o lado"!
Bjs!
"A propos", Kami: É sempre bem vinda a este estabelecimento, no qual, e à semelhança do nosso amigo Coutinho, se pode fumar, e onde os amigos são bem acolhidos...
:)
e venho:)
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