Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

terça-feira, 6 de março de 2007

Apenas o Senhor pode reconfortar a minha Alma.


O meu amigo, Dr. Coutinho Ribeiro, colocou, no seu “Anónimo”, um artigo com duas frases que me levaram ao texto que segue.

Falou ele do “medo dos acidentes por estradas perigosas” e do “deserto que é o interior, o deserto que se plantou no interior das pessoas”.

Duas afirmações que ele faz com toda a propriedade!

Ainda ontem à noite fui a Cascais, com dois colegas e amigos, velar um pouco a neta de um colega nosso, o decano de todos nós, nós os poucos que restam, que acreditam no Estado, na causa pública, meia dúzia de entusiastas do Direito Administrativo, e que ainda vamos tendo a sombra tutelar do nosso colega, a um ano de se aposentar, homem que já viu muita desgraça à sua frente, e mais esta agora…

Aquela neta foi vítima de um acidente de viação na recta do Dafundo, aqui em Lisboa, a caminho da Marginal. Uma noite na discoteca, com amigos, a saída da mesma às nove horas da manhã, a embriaguez da velocidade de quem ia a conduzir, o despiste, a morte.

Inútil. Todas as mortes são inúteis. Muito mais aos 19 anos.

Para quem acredita, é o encontro com o nosso Deus. Mas vi, hoje, nas exéquias, muitos jovens, desesperados, surdos à bela mensagem que o sacerdote transmitia. Palavras de esperança e um suave apelo à santidade. A uma vida mais coerente, mais responsável digo eu, traduzindo o pensamento daquele. Ao abandono de um modo de vida supérfluo, gerador de morte. Física e espiritual.

Mais triste fiquei ao ver que muitos jovens saíram a meio da homilia, talvez rejeitando aquelas palavras. Rejeitando a única Palavra que nos pode dar a Vida, a Esperança, a única que nos pode fazer repousar em verdes prados…

Esses jovens, com a sua atitude, plantam, no seu coração, o deserto que o meu amigo Coutinho Ribeiro menciona no seu artigo "Deserto (com algumas flores)". Deserto para os outros e para si próprios. Um deserto de desesperança, de descrença. E, contudo, apenas Jesus nos pode conduzir junto das águas tranquilas, e reconfortar a nossa alma…

“O Senhor é meu pastor, nada me falta; em verdes prados me faz repousar; conduz-me junto das águas tranquilas, reconforta a minha alma; e guia-me pelos caminhos da justiça, por amor do seu nome”.

(Sl 22 (23), 1-3).

Nota: Blog "O Anónimo" - http://oanonimoanonimo.blogspot.com/