Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

O Portugal dos últimos 40 anos.



António Barreto vai apresentar brevemente, na TV, uma série sobre o Portugal de há 40 anos a esta parte.

Para poder fazer o retrato social deste Portugal dito “moderno”, parece que teve de calcorrear nesta nossa terrinha 30 mil quilómetros. E veio frustrado com a forma como se destrói um País… opinião insuspeita, de facto…com a qual concordo inteiramente!

Diz aquele que o nosso País está hoje mais feio porque os portugueses o fizeram feio.

Concordo plenamente!

E o nosso País que era tão bonito! Lisboa um sonho de beleza nos anos 50 e 60!

Portugal inteiro com as escolas cheias de crianças, bons professores, nada deixado ao acaso, nada deixado ao abandono, os jardins lindos, bem tratados, as ruas limpas, os edifícios esplendorosos…sem crime nas ruas…

Mas é curioso que o próprio António Barreto afirme que "há qualquer coisa de essencial na década de 60".

Na verdade, o Regime vivia, até então, uma época de esplendor.

Diz o insuspeito Barreto: "Portugal estava na ONU, na OCDE, estava a fundar a EFTA, com a Inglaterra (…), fora admitido na NATO, coisa que Franco não conseguiu. No plano interno, desenvolvimento, electrificação, colonização interna, hidráulicas, parcelamento, emparcelamento, barragens (…)”.

Então, o que falhou? Creio que aqueles que sonhavam com os “amanhãs que cantam”, tentando implantar em Portugal uma ditadura de tipo soviético, foram os culpados do endurecimento do regime, logo nos anos 30 e 40. Para não falar dos interesses inconfessáveis da maçonaria, que já tinha estado na génese da queda da Monarquia.

E não se deu importância a toda uma obra de fomento nunca antes realizada em Portugal!

A guerra, que nos foi imposta, destruiu, na verdade, o Portugal que Marcello Caetano, esse verdadeiro príncipe da cultura, da seriedade e da honradez, poderia ter modernizado e desenvolvido, se lhe têm dado tempo (aliás como ele próprio ainda começou a fazer, enquanto Presidente do Conselho), tendo em vista alcançar essa Europa do bem-estar social sem, contudo, negar as nossas raízes de Nação conservadora e católica, raízes essas que, com o 25 Abril, foram quase arrancadas, e apenas por preconceitos ideológicos. E ainda há hoje muita gente que não desistiu desse intento…

Veja-se António Barreto, que “deixa cair” esta frase:

"Na série, vamos ver o Portugal de hoje com as referências do Portugal de há 40 anos, que a malta nova não conhece". Um impressionante minuto de imagens de mulheres a saírem de uma igreja, no episódio número 6, levará a equipa a duvidar da própria datação da RTP: "Julgámos que aquelas mulheres com xailes na cabeça eram dos anos 50/60, mas não, eram de 1977. Parece o Irão".


Mas será que estes “intelectuais” se julgam superiores aos demais concidadãos? Acaso teremos de viver todos da mesma maneira? De apenas atentarmos no material?

Acaso o renegarmos as nossas crenças, a nossa Fé, a nossa ancestral cultura, será sinónimo de desenvolvimento?

Ou não será antes sinónimo de decadência e de pobreza de espírito?

Quadro: " O Fomento Ultramarino e a Metrópole" por Martins Barata (1964).