Os Reis Magos
Os Reis Magos vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em Belém (São Mateus 2, 1-12). A Ele ofereceram ouro, como símbolo de sua dignidade real; incenso, como confissão de sua divindade; e mirra como símbolo de que se havia feito homem para redimir o mundo.
É-me caro este tema dos Reis Magos, ou ele não estivesse impregnado de Poesia!
Com efeito, o Mistério dos três Reis Magos, que percorrem um mar de areia para irem ao encontro do Salvador do Mundo, é um tema que me apaixona há anos. Faz-me pensar que bom seria podermos, nos dias que passam, ir também ao Seu encontro, para sermos salvos deste caminhar por vezes tão solitário e sem sentido, para nos livrar da angústia de nos sabermos limitados e finitos, de sabermos que um dia deixaremos de poder contemplar o mar, de caminharmos descalços na areia húmida e, o que é mais doloroso, de não mais usufruirmos da companhia da pessoa que amamos até à loucura… Mas que sabemos nós de tudo isto?! Nada...
Quem sabe, talvez que tudo se possa resolver a nosso contento: O pequenino Menino Jesus esquecerá as nossas falhas, as nossas infidelidades, as nossas quedas, e nos permitirá viver no segredo do Tempo com aqueles que mais amamos. Pois não é Ele o doce Jesus da Misericórdia?
Mas, enquanto não penetramos no Mistério, que o Menino Jesus nos dê um suave e longo caminho para percorrer, na companhia daqueles que amamos…
“ Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (São Mateus, 2,2).
"Adoração dos Magos", 1828, óleo sobre tela; Domingos António de Sequeira (1768-1837).
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