Eugénio de Andrade, Poeta do Amor.
Eugénio de Andrade nasceu a 19 Janeiro de 1923.
Neste preciso dia, aqui deixo este seu poema, muito na linha de um José Gomes Ferreira.
Com eles, aprendi, de algum modo, a transfigurar a dura realidade de anos de chumbo em poesia…
Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
(Os amantes sem dinheiro)
17 Comments:
Muito bonito o poema!Cabral-Mendes. De facto na linha daquele outro que mencionou abaixo « ...e se de repente...duas pombas azuis...»
Paz e bem!
Paz e Bem, meu Amigo|
Com esta estória da Esmeralda que parece que agora já se chama Ana Filipa, mais uma aberração, nem me lembrei do meu poeta preferido...
Posso roubar-lhe este post?
Queria corar aqui humildemente, no recato do seu blog , pelos elogios rasgados e entusiastas que me fez.
Sabe... eu sou necessariamente...mal comportada.
É estrutural Não há nada a fazer.
Um grande abraço de muito respeito.
Pode "roubar" à vontade, Cleo, que neste estabelecimento ninguém é preso...
Ah! E ainda bem que é "mal comportada" Cleo...
Um abraço fraterno para si!
P.S.: Aquilo a que chama de elogios é a constatação da verdade: uma mulher, Magistrada, que entende que a Justiça não deve ser cega...
Gostava que espreitassem aqui : -
http://oescudo.blogspot.com/2007/01/esmeralda.html
Terrível, não é?!
Já foi ao IN VERBIS?
ENtão vá e depressa...Acho que faz lá falta. Aquilo está a abandalhar de tanto anónimo.
Nem sei se não são todos o mesmo!!! ihihihihi
Coitado do Dr Timóteo. Com tanta abertura leva com cada um!..
http://www.verbojuridico.net/inverbis//
Já lá fui acudir, embora à pressa...
Vão-me cair em cima...
Tenho de lá ir!
E vi o anúncio do programa com a Dr Dulce Rocha.
Tenho de o noticiar também lá minha Lua!
Tenho de ir ao In verbis.
Estou no meio de um montão de despachos.
Vim só respirar fundo... ufffffff
Urgentemente
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
Amigo Cabral-Mendes, espero que releve esta usurpação do seu espaço, para fins nada relacionados com o texto.
« Senhor se da tua ...»
Senhor se da tua pura justiça
Nascem os monstros que em minha roda eu vejo
É porque alguém te venceu ou desviou
Em não sei que penumbra os teus caminhos
Foram talvez os anjos revoltados.
Muito tempo antes de eu ter vindo
Já se tinha a tua obra dividido
E em vão eu busco a tua face antiga
És sempre um deus que nunca tem um rosto
Por muito que eu te chame e te persiga
em tempo, o poema é óbviamente da Sophia Andresen.
Cleo, publicite o que entender: este espaço é também seu...
Amigo Ferreira: não invade absolutamente nada: este espaço é também seu.
O poema de Sophia revela bem a angústia do homem moderno: perdido, no emaranhado deste mundo, desespera de um sinal. Contudo, Deus revela-se, não por grandes gestos, mas sim por pequenos pormenores que surgem na nossa vida. Apenas é necessário estarmos atentos aos pequenos mistérios que sugem na nossa vida.
Por vezes, a Justiça parece tardar: mas ela prevalece sempre...
Querida Ni: este poema de Eugénio de Andrade é também um grito de todos nós, pois que se pudessemos destruir, efectivamente, certas palavras, este nosso mundo poderia ser o paraíso. Mas este tarda, com efeito..
Vou publcitar...
vou furtar...
É furto formigueiro.
E vou brincar com o post.
Brinacar com muito respeito... é só o titulo..
Depois espreite.
Um abraço.
Cá fico à espera...
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