Mundial de Futebol: quem quer saber da ignomínia?
Uma vergonha o que se passa neste Mundial de Futebol!
Segundo o “DN”, poucos meses após o início da construção dos novos estádios para o Mundial da África do Sul, começaram a surgir problemas no que aos prazos de conclusão das obras dizia respeito. De todas as partes do continente africano surgiam milhares de trabalhadores, mas nem assim as obras estariam prontas dentro do prazo estipulado.
Até que chegaram os norte-coreanos mas com uma particularidade: eram prisioneiros! E foram estes que tornaram possível a conclusão dos estádios e respectivas acessibilidades.
O que enoja é que o mundo inteiro sabe o que se passa na Coreia do Norte – um Estado ignóbil, onde reina o terror, e ninguém diz nada, ninguém faz nada. Pois “compreendemos”: até os EUA têm medo da China…
Kang Chol-Hwan, no seu doloroso mas imprescindível livro (para compreendermos que no mundo actual ainda há muitos monstros à solta) “Os Aquários de Pyongyang”, editado entre nós pela “Hespéria” (do qual já aqui publicámos excertos), relata-nos o que sucedeu à equipa de futebol norte-coreana que, em 1966, perdeu frente a Portugal:
"Conheci no campo um prisioneiro célebre na Coreia. Durante a sua longuíssima estada na prisão, alimentou-se sistematicamente de todos os insectos que conseguira encontrar, o que lhe permitiu aguentar-se. De qualquer modo, ficou com uma alcunha: chamavam-lhe Barata. Park Seung-Jin, de seu verdadeiro nome, conhecera um momento de glória em 1966, durante o campeonato mundial de futebol, que tivera lugar em Inglaterra. A Coreia do Norte não só ficara qualificada para as finais como, durante as eliminatórias, conseguira a proeza de ganhar à Itália, por um a zero. Para festejar este acontecimento, os jogadores fizeram uma festa algo descontrolada num bar, onde beberam muito e se envolveram com raparigas. Passados dois dias, ainda não se tinham recomposto verdadeiramente. Após um fabuloso início de jogo contra Portugal – lideravam por três a zero! - descontrolaram-se. Portugal conseguiu fazer uma recuperação incrível e acabou por ganhar cinco a três.
Em Pyongyang, a prestação da equipa nacional no estádio e no bar foi muito pouco apreciada e o comportamento dos jogadores considerado burguês, reaccionário, corrompido pelo imperialismo e pelas suas ideias perversas. Toda a equipa foi detida quando voltou ao país (…).
(fls. 96-97)
Presumo que, dramaticamente, o mesmo vai acontecer de novo…mas ninguém quer saber…
Mas façam um esforço: ao menos leiam o livro e meditem.
Etiquetas: Dramas dos nossos dias
5 Comments:
Sintonia total.
Estamos alerta, Margarida!
Ola C.M.
Desculpe-me C.M por lhe estar a perguntar,é que por vezes sou um pouco ignorante com certas palavras.O que significa IGNOMÍNIA?
Carla,IGNOMÍNIA pode significar, segundo o "Dicionário da Língua Portuguesa", da Porto Editora, 6ª Edição, "INFÂMIA, DESONRA, OPRÓBRIO, AFRONTA". Será um vexame, uma afronta vergonhosa, uma vergonha, uma desonra.
Será que seriam necessários tantos golos para vencer o adversário?
Não me incomodam nada as suas questões, Carla. Obrigado pela visita.
Obrigado eu C.M ja aprendi mais um pouco.
Nem tudo nós sabemos.Obrigodo
Bjs
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