Português Suave
Lembrou-me a linha arquitectónica que o regime do Estado Novo criou: o famoso “português suave” - que traduz um conjunto de obras realizadas ao longo dos anos 40 em Portugal (atente-se nas obras de Cassiano Branco, por exemplo).
O “português suave” expandiu-se por todo o território pátrio, incluindo as províncias ultramarinas, num esforço de embelezamento da paisagem e de uniformização de critérios: veja-se, a título de exemplo, os Tribunais desse tempo, que subsistem com a sua dignidade (e que ainda não caíram…).
Isto a (des) propósito do novo livro de Margarida Rebelo Pinto - "Português Suave".
Vai ser lançado na próxima quinta-feira, no Hotel Ritz, com a apresentação de Paulo Teixeira Pinto.
Nunca li nada dela mas, atendendo ao exposto, e a esta “mistura explosiva” (PTP e MRP), vou-me sentar lá no Ritz a fim de tentar descobrir o que se passa…
A editora afirma que o romance aborda um certo “ modo de ser tão português, um espelho fiel da burguesia tradicional que persiste ainda no século XXI, constituindo um retrato de um certo Portugal”.
Bem, isto chega-me para abrir as folhas, curioso… Quem sabe se não vou ficar "fã" da MRP?
"Confesso que cheguei a invejar-lhes a vida organizada e ordeira, os filhos sossegados e disciplinados, aquele modelo muito burguês, muito português suave”.
Quem me dera hoje "viver" esse modelo…
Etiquetas: A paixão dos livros
9 Comments:
Também não conheço nada da sua ( da autora) obra .Não se pode ler tudo.Mas gosto de assistir a apresentação e lançamento de livros , encontram-se conhecidos,fala-se de livros, é ,sempre, um prazer.
que desgosto me deu, minha Nossa Senhora!!
Estou como o Ferreira: se a "gente" nunca leu nada dela!
Vá lá, nada de preconceitos... Olhe, se a Júlia vivesse cá no burgo, mais o muito estimado Ferriera, convidava-os a ir ao Ritz... como diz o nosso Ferreira, também gosto de assistir a lançamentos de livros , pois encontram-se conhecidos,fala-se dos ditos... e, é de facto, um prazer...
Que tal um "gin tonic" ao fim do dia? Ainda por cima oferecido pelo Paulo Teixiera Pinto, certamente...
bem, sério sério, o gin deve ser por conta da Oficina dos Livros...
Por acaso, até estou a beber um neste momento... vícios!
ai aí é que se engana! Eu já li um livro dela ...
No Encontro de Escritas na Póvoa ñão gostei nada dela.
Só faço fretes desses por amizade. é mais importante a Pessoa, o amigo do que o escritor, o que não é o caso...
Dá-me a impressão que o Paulo T. Pinto agora vai a todas...
Pudera também é artista...
Por acaso no outro dia tive de ouvir uma palestra dele e francamente gostei...
Quanto à veia literária da senhora não sei que nunca li, mas não tenho ouvido assim lá muito bem...
Abraço amigo
Ó Júlia leu? Bom... se não gostou.. e não gostou da "pinta" dela... olhe, acabei por não ir ao lançamento do livro, pois que não me "despachei" a tempo... já tinha de ser...
De qualquer forma, li uma entrevista dela no Expresso ou no Sol, ou na Visão... já não sei, e parece que ela mudou: de belicosa que deveria ser, tornou-se mais meiga... diz ela!
Amigo Joaquim, o Paulo Teixeira Pinto está "numa" de cultural... relançou a bela e preciosa Editora Guimarães, e dedica-se à pintura... uma "volta" na vida! (é claro que o dinheiro ajuda muito...). Ah! Poder viver independente das "agruras" da "massa"!
CM já li umas coisas dela. Não são umas diferentes das outras Se não fazem bem também não fazem mal.
Conte-me depois como foi. OK?
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