Sôbolos Rios Que Vão... II
"(...) depois do avô morrer uma marca de corpo num ângulo da colcha a intrigar a avó e o senhor Liberto de bandeira enrolada entre o peito e o braço.
- Nunca mais houve passageiros senhora
dado que ou não havia comboios ou não paravam ali, nuvens de vapor sem carruagens e um silvo desprovido de origem que arrepiava os pinheiros (...).
António Lobo Antunes, in "Sôbolos Rios Que Vão", fls. 170. Com a devida vénia.
De facto, sem ele presente, nunca mais os comboios foram os mesmos, os comboios que ele tanto gostava de ver passar, apressados e cheios de gente indiferente.
Gente indiferente. Mas eu não. Nunca.
Etiquetas: Estados de Alma
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home