Recolhimento III
“Acabei as orações às nove horas, de joelhos no tapete ao lado da cama, e por causa da chuva mal se percebia a sombra do salgueiro, percebiam-se gotas que acrescentavam vidro ao vidro deformando as roseiras à medida que desciam, os galhos primeiro finos, depois grossos, depois finos de novo e o cheiro da terra nos intervalos dos caixilhos (…).
in "Que cavalos São Aqueles Que fazem Sombra No Mar?"
António Lobo Antunes
Etiquetas: Tempo de Regressar a Jesus.
2 Comments:
Nunca 'regressamos' verdadeiramente Àquele de quem nunca saimos. Ilusório, sintomático da nossa absurda distracção.
Humaníssima perplexidade da fuga de sentidos.
Ele é o sorriso matinal, a sombra do sono, o acordar dos pesadelos, a glória da natureza.
Os nossos passos são reflexos do Seu colo.
Para sempre, É.
Lindíssimo este seu trecho, Margarida!
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