António Alçada Baptista. In Memoriam III
" Não creio que tenhamos sido feitos para estas aspirações curtinhas que fazem mover a maior parte da humanidade. Acho que deve haver alguma maneira de continuar aquelas festa começada na infância e que o nosso destino não pode ser isto de meter a cara no guichet do quotidiano à procura duma alegria ou duma dádiva da vida (…) e acudir do lado de lá o peso de tudo o que tomou conta de nós: o rol das invisíveis dificuldades a vencer mais a lista dos absurdos a cumprir no dia a dia da nossa existência.
Tenho esperanças que um dia possamos descobrir que a vida é capaz de não ser esta coisa parda que nos mostraram como nosso irremediável destino. Que talvez não seja vegetar sem emoção nem grandeza entre exigências mesquinhas e míseras imposições.
(…).
Porque acho que ainda me resta alguma capacidade de sonho e porque acredito que não é este o projecto do homem, gostaria, se possível, de transmitir, sem nenhuma ambiguidade, a ideia de que viver é, apesar de tudo, uma coisa eminentemente desejável mesmo para quem não vive num mundo à imagem dos anúncios da televisão.
(…).
O simples facto de existir enquadrado nas coisas banais da natureza é, por si só, um facto extraordinário que me faz olhar para o mundo com a comoção dum enamorado. "
António Alçada Baptista, "Peregrinação Interior Vol. II - O Anjo da Esperança" , Lisboa, 1986, 3ª Edição. A fls. 84-85.
Tenho esperanças que um dia possamos descobrir que a vida é capaz de não ser esta coisa parda que nos mostraram como nosso irremediável destino. Que talvez não seja vegetar sem emoção nem grandeza entre exigências mesquinhas e míseras imposições.
(…).
Porque acho que ainda me resta alguma capacidade de sonho e porque acredito que não é este o projecto do homem, gostaria, se possível, de transmitir, sem nenhuma ambiguidade, a ideia de que viver é, apesar de tudo, uma coisa eminentemente desejável mesmo para quem não vive num mundo à imagem dos anúncios da televisão.
(…).
O simples facto de existir enquadrado nas coisas banais da natureza é, por si só, um facto extraordinário que me faz olhar para o mundo com a comoção dum enamorado. "
António Alçada Baptista, "Peregrinação Interior Vol. II - O Anjo da Esperança" , Lisboa, 1986, 3ª Edição. A fls. 84-85.
Etiquetas: Estados de Alma
2 Comments:
Tenho esperanças que um dia possamos descobrir que a vida é capaz de não ser esta coisa parda que nos mostraram como nosso irremediável destino
Eu também
Também, Cleo!
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