Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

domingo, 27 de abril de 2008

Por causa da História e das nossas histórias pessoais...




"Neste retrato

estás a olhar para diante, para sempre, para

muito além,

sabe-se lá por que saudade, por que mágoa,

mas além,

onde talvez houvesse um cofre aberto para os

sonhos que devastei,

pérolas queimadas,

pérolas negras do medo e da paixão,

metais preciosos roubados às forjas de Deus,

tudo o que neste retrato desenha,

com incandescente ferro e pincéis,

ardor, fúria, tenacidade,

mas nunca a renúncia, nunca as marcas do
luto e da febre sobre a lua amarela.


Neste retrato eras tu - e não poderia ser eu? -

com o tempo por cima, a passar impiedosamente,

o tempo do declínio, o tempo do pó,

tudo o que hoje se comprime nesta moldura de

prata,

ao centro da mesa, tristemente."



José Agostinho Baptista, in "Agora e na Hora da Nossa Morte", Assírio e Alvim, ed. 1998.




José Agostinho Baptista, para mim o poeta mais "verdadeiro" e importante do meu século.


Aqui, e a propósito da foto abaixo publicada, e de todas as fotos semelhantes, os sonhos que não se realizam, e a tristeza do fim... que desperdício é morrer!...




Nota: a bela e dramática fotografia, intitulada " I'm free to do what I want", é da autoria de Carla Salgueiro. Do "site" http://olhares.aeiou.pt/" , com a devida vénia.

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7 Comments:

Blogger -JÚLIA MOURA LOPES- said...

:-(


Também gosto muito de J. Agostinho Baptista..e este é um belissimo poema...

uma boa semana

segunda-feira, abril 28, 2008  
Blogger C.M. said...

Diz-me muito este poeta, e não o sinto falso, como outros, que fingem sentimentos.

Uma boa semana, Júlia. E obrigado pela visita.

segunda-feira, abril 28, 2008  
Blogger -JÚLIA MOURA LOPES- said...

É capaz de ter razão! Nunca tinha pensado nisso...

vai ver que foi por isso que o poema me incomodou tanto.

segunda-feira, abril 28, 2008  
Blogger C.M. said...

A Poesia pode dizer-nos tanto...

terça-feira, abril 29, 2008  
Blogger -JÚLIA MOURA LOPES- said...

sim! Sem ela eu não resistiria :-)

terça-feira, abril 29, 2008  
Blogger Cleopatra said...

onde talvez houvesse um cofre aberto para os


sonhos que devastei,

sexta-feira, maio 02, 2008  
Blogger C.M. said...

ai sonhos, Cleo... são tantos...

sexta-feira, maio 02, 2008  

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