Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Sexta-Feira Santa.


"Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
Quia per sactam Crucem tuam redimisti mundum".
Hoje, São João relata-nos o Mistério da Cruz de Cristo. Ele bem que deixou um aviso aos Homens vindouros:
"Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também" ( São João, 19, 35).
Sexta-feira Santa. No Passado e no Presente. É, por assim dizer, o dia do Pecado, o dia do Mal e do seu poder terrível.
E, dramático, é o facto do pecado e do seu poder devastador, se manter neste mundo. O mundo que continua a preferir as trevas à Luz, o pecado ao Bem, a morte à Vida.

Choca-me constatar o paganismo que, nestas ruas de Lisboa, se espalha. Celebra-se apenas a indiferença, perante a morte de Jesus há dois mil anos.
Que dizer dessa mole de gente que, aproveitando o calendário litúrgico, vai a “banhos” e nem se lembra que Deus continua à espera que o Homem se volte para Ele? Que modifique o seu modo de vida, que ajude o seu semelhante, e que apenas saiba plantar neste mundo sementes de amor e esperança?

Esta sociedade alienada nem sequer reflecte nesta verdade: Jesus, com a Sua vida terrena, e com a Sua Paixão que agora alguns de nós, Seus Filhos, celebramos, identificou-se com o Homem que perdeu Deus, ou nem sequer sabe que O perdeu. Ou que simplesmente O rejeita.

Este dia em que o Mal (aparentemente) venceu é, todavia, o dia da Redenção, pois a morte de Jesus foi uma morte que significa a salvação para nós, que n’Ele cremos e O amamos.
Hoje, a Igreja não invoca as palavras sacramentais da Eucaristia: "Hoc est corpus meum, quod pro vobis tradetur... Hic est enim calix Sanguinis mei, novi et aeterni testamenti, qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum", mas antes proclama: "Ecce lignum crucis in quo salus mundi pependit. Venite adoremus. Adoramus te, Christe".
Resta-nos a nós, que somos simples ovelhas do Senhor, suplicar, por entre as nossas dores:

"Fili Redemptor mundi Deus, miserere nobis"!


Nota: Pintura de Josefa de Óbidos (1630 – 1684): "Calvário" (Santa Casa da Misericórdia de Peniche).