Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

O equívoco do 5 de Outubro (de 1910)

(escudo de Dom Afonso Henriques)

Faz-me mal pensar como se pode comemorar o 5 de Outubro de 1910 quando, afinal, o que se celebra é a conspiração maçónica, e o movimento da Carbonária que esteve directamente envolvido no regicídio, e na posterior perseguição à Igreja em geral e aos Católicos em particular, ao bom povo crente que vivia afastado das conspirações de Lisboa, a perseguição e expulsão das Ordens Religiosas, de Frades e de Monjas, encerramento e destruição de Conventos e respectivas obras de arte.

Muita gente foi presa, milhares sem acusação e sem julgamento. Um regime que lançou Portugal na 1ª Guerra Mundial de modo perfeitamente gratuito.

A Monarquia constitui a essência da nossa História! A República apenas foi introduzida no nosso país pela violência e pela morte de muitos, sob a influência do Racionalismo surgido no final do século XVIII, com a Revolução Francesa e sobretudo por influência de Auguste Comte, um excêntrico que pretendeu estabelecer a “religião” da humanidade e o culto ao “Grande-Ser” para superar o catolicismo.

A "História de Portugal" de Joaquim Veríssimo Serrão, especialmente nos volumes XI e XII, esclarece-nos cabalmente acerca das “manobras” que foram sendo construídas ao longo do tempo para o derrube da Monarquia em Portugal e a implantação de um regime ateu.

Na "Nova História de Portugal" A.H. de Oliveira Marques “confessa” a perseguição de que foi alvo a população portuguesa nesse grande equívoco que foi a I República.

Recomendo, para os incrédulos, a leitura de uma excelente tese de doutoramento, – “ A Guerra Religiosa na I República”, de Maria Lúcia de Brito Moura, Editorial Notícias, Out. 2004. Aí, de uma forma bem documentada, se relatam todos os horrores cometidos nessa época.

Nesta coisa da República, a discussão até pode reduzir-se a isto: A legalidade da Monarquia constitucional, oriunda da Carta, deu lugar à legalidade da República assente na Constituição de 1911. Ambas com bases jurídicas formalmente legítimas…

Mas o que me impressiona é o facto da Monarquia ter feito Portugal, a Monarquia que vem de 1128, de Ourique, de Aljubarrota, a Monarquia do Caminho Marítimo para a Índia, a Monarquia que criou o Império.


Como disse Alfredo Pimenta, com ironia, “O regime republicano português cavou um grande abismo entre si e a nação; tem sido sempre, infatigavelmente, um elemento de dissolução nacional, porque, ao proclamar-se, olhou para a nação e perguntou: qual é o principal problema a resolver? A ordem pública? o pão?, a situação internacional?, o ensino?, o trabalho? Não! O primeiro problema, o fundamental, aquele em que todos têm os olhos, aquele que representa a aspiração colectiva e a máxima urgência, – é o da expulsão dos Jesuítas! E começou-se por aí. Andavam todos os lares domésticos portugueses desassossegados, inquietos; todas as famílias estavam oprimidas, vivendo sob pesadelos enormes, por falta de uma lei que estabelecesse o divórcio. E veio a lei do divórcio. A seguir, surge a lei da separação e atrás disto, a república nada mais nos deu que constitua seu património e sua glória, porque para mais não chegou o seu conhecimento da vida pública ...”.

(“A Situação Política”, Conferencia realizada no Salão Nobre da Liga Naval Portuguesa, na noite de 26 Fevereiro de 1918, Lisboa, Livraria Ferreira, 1918).

A Nação portuguesa deveria antes comemorar, no 5 de Outubro, o Tratado de Zamora, resultado da conferência de paz entre Afonso Henriques e o rei Afonso VII de Castela e Leão, precisamente a 5 de Outubro de 1143, data da independência de Portugal e que marcou o início da dinastia afonsina.

Por vezes, quando revisitamos a História, sentimos que alguém, nos nossos dias, nos quer enganar…