L'important, C'est La Rose…
Hoje ao fim do dia, entro no carro, refúgio (ilusório, mas refúgio, quand même…) de qualquer homem e, largando um suspiro de alívio e desejo de evasão, agarro-me ao volante do BM.
Deixo-me ficar assim por uns instantes: só eu e o bichinho a ronronar, impaciente. Tenho de ir à Almedina do Oriente pescar um livro chato de Direito. Mas a esta hora vamos saborear o curto passeio, ok?
Ponho o cd e oiço o Gilbert Bécaud: L'important, C'est La Rose…
E penso que a sua morte foi uma obscenidade. Aquela voz é insubstituível. Aliás como todos os cantores franceses que nos falam de um mundo que já não existe nesta nossa (?!)Europa.
Por isso penso que a Morte não é aquela "Irmã” como romanceia o franciscanismo, mas sim um monstro que ainda não foi destruído.
De facto, a ressurreição de Jesus Cristo contém misteriosamente a ressurreição de todo o Seu Corpo. Quando chegar o Tempo da ressurreição do Seu Corpo Místico, a Igreja, ou seja, todos nós, então os ossos ressequidos receberão o “sopro da vida” (Ez 37, 1 ss.) pois, segundo São Paulo, “nós, que somos muitos, constituímos um só corpo em Cristo" (Rm 12, 4).
Mas, até chegar a nossa hora, como diria o meu José Agostinho Baptista, a angústia é inevitável.
“Toi qui marches dans le vent
Seul dans la trop grande ville
Avec le cafard tranquille du passant
Toi qu'elle a laissé tomber
Pour courir vers d'autres lunes
Pour courir d'autres fortunes
L'important...
Etiquetas: Estados de Alma
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