Dies Domini

Sartre escolheu o absurdo, o nada e eu escolhi o Mistério - Jean Guitton

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Localização: Lisboa, Reino Portugal Padroeira: Nª Srª Conceição, Portugal

Monárquico e Católico. intransigente defensor do papel interventor do Estado na sociedade. Adversário dos anticlericais saudosos da I República, e de "alternativos" defensores de teses “fracturantes”. Considera que é tempo, nesta terra de Santa Maria, de quebrar as amarras do ateísmo do positivismo e do cientismo substitutivo da Religião. Monárquico, pois não aliena a ninguém as suas convicções. Aliás, Portugal construiu a sua extraordinária História à sombra da Monarquia. Admira, sem complexos, a obra de fomento do Estado Novo. Lamenta a perda do Império, tal como ocorreu.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Memórias doridas...

Neste Sábado, fui à Igreja de Santo António à Sé. Durante a celebração da Santa Missa, foi invocada a memória dos meus avós maternos. E por alguns instantes, deixei correr o pensamento e imaginei que o meu saudoso avô João ainda aqui me fazia companhia. Vi-o na minha sala de estar, junto à lareira, todo bem arranjado por mim, penteados os seus poucos cabelos, a camisinha bem posta, por cima uma camisolinha de lã que o tempo está frio. E a lareira acesa, aquecendo as quatro paredes e o nosso coração. E vi-me abraçado a ele, contemplando o seu rosto tão belo e de expressão doce. “Vi-me” preocupado com a sua avançada idade e a falta que ele me faria se…


"Perdi" parte da Missa...


Como seria hoje se eu o tivesse aqui comigo? Comprar-lhe-ia o jornal, talvez algum raro cigarro, os jantares na nossa companhia…e a sua voz amiga já tão longínqua… uma voz que um dia gritou que queria ir para a guerra do Ultramar na minha vez...


Após tantos anos, aqui estou eu a chorar, enquanto escrevo, as saudades e a mágoa de viver num mundo no qual sabemos que a dor é certa… Que mundo é este afinal e para que serve? Que andamos aqui a fazer? Amanhã desaparecemos e nada resta de nós… umas fotografias, uns escritos, algures uns processos por nós tratados, uns pareceres, as canetas que usámos, livros por nós sublinhados… nada mais… e certamente ninguém que reze por nós… somos os últimos…


Ah como entendo bem o David Mourão Ferreira na sua “Ladainha dos Póstumos Natais” !


Para que escrevo estas coisas? São só minhas, não interessam a mais ninguém… mas é um desabafo, uma catarse… é a memória dorida que me assalta…

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5 Comments:

Blogger Unknown said...

eu estive a partilhar essa dor porque também me faz tanta falta o meu avô...
quando íamos lanchar juntos, ele uma cervejinha (que era o nosso segredo porque não se podia dizer à minha avó), e eu, uma laranjina C...
as lágrimas também me correram ao escrever isto...
para quando um raio de um café? estamos todos assim tão longe?
xi muito apertado
maria

domingo, janeiro 17, 2010  
Blogger Unknown said...

e apareça no meu blog onde fiz uma pequena homenagem ao meu avô

http://luadoslobos.blogspot.com/search?q=av%C3%B4

domingo, janeiro 17, 2010  
Blogger C.M. said...

Beijinho, Maria. Temos de combinar um lanchinho na linha ao menos...

domingo, janeiro 17, 2010  
Blogger redonda said...

Estas coisas também me parecem minhas e gosto de acreditar que fica algo e haverá um reencontro.

terça-feira, janeiro 19, 2010  
Blogger C.M. said...

Também, Amiga Redonda.

quarta-feira, janeiro 20, 2010  

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